quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A triste realidade das pessoas que se alimentam de lixo










Em silêncio, sozinho, enquanto cascavilha o lixo alheio em busca da dignidade que a vida lhe furtou, ele parece só mais um entre tantos que, todos os dias, passam invisíveis aos nossos olhos – de dia ou de noite, puxando carroça nas vielas dos subúrbios ou nas grandes avenidas. Mas Amaro Pedro da Silva Santos, 41 anos de vida, 30 anos de rua, é diferente. Arremessado pelo destino para um ofício estafante e ingrato, ele sorri. Compelido pelas circunstâncias para o exército dos viciados em crack, ele ironiza. Amaro é o catador de lixo que cita Geraldo Vandré ao falar de sua condição: “Somos todos iguais, braços dados ou não”.
Ele não sai de casa quando vai trabalhar. A rua já é morada. Não forra cama, não escova os dentes, às vezes nem sinal de café da manhã. Levanta e vai sem rumo, a fome fazendo sombra. Não tem esposa nem filhos. “Moro com os ratos nos buracos. A realidade é essa, não vou mentir”, resume, com um sorriso desavergonhado que não dá brecha à piedade.
Amaro é um esquecido pelo mundo. Roda a cidade atrás de lixo e ninguém nota. Quando nota, sente medo. Ninguém o olha como um igual. Ninguém imagina que, por detrás da armadura que o preconceito julga como perigosa, está um homem articulado, inteligente, politizado e apaixonado por música; um homem inofensivo, garante. “Sou usuário de droga, mas não roubo. Trabalho como catador para manter meu vício. Não faço mal a ninguém, só a mim mesmo”, diz. As mãos pretas, as unhas quase invisíveis, a roupa imunda e o rosto suado embasam as palavras.
O trabalho não tem hora e lugar. Começa nos primeiros raios de sol e muitas vezes atravessa a noite. Amaro cata papelão, latinha, plástico, tudo. Atua na região central do Recife. Foi em Santo Amaro que a reportagem o achou. Não raro, porém, se pega distante, na Zona Oeste, perto de Afogados, embalado pela esperança de um dia produtivo.
Muitas vezes, é do lixo que ele tira o alimento. O que o recifense que vive nas casas dispensa é o que sacia a fome do recifense que sobrevive nas ruas: restos de feijão, arroz, carne, bolacha, refrigerante. Na verdade, quase sempre, Amaro fica sem poder comprar comida porque gasta o pouco que junta. “Não tenho dinheiro para comprar o rango porque acabo gastando no crack. Aí tenho que tirar comida do lixo”, confessa o catador, interrompido por uma tosse seca e insistente, sinal de saúde frágil







Captar as imagens do surf agora de um novo ângulo. Os drones desde 2011, na etapa do Circuito Mundial em Bells Beach na Austrália, estão cada vez mais presentes nas etapas do WCT.
Com um custo muito menor do que o Helicóptero os drones ou Vans (Veículo Aéreo Não Tripulados) capturam imagens áreas e o ponto de vista do surfista.  Em um futuro próximo os drones vão estar cada vez mais estáveis e com baterias mais duradouras para aguentar ventos fortes e câmeras com maior amplitude de zoom.